A onda dos alimentos “sem glúten” está com tudo atualmente. Mas muita gente se pergunta se isso é apenas mais uma das dietas da moda, afinal, o pão (à base de glúten) é um alimento consumido por milhares de anos e só agora descobriram que faz mal?
Especialistas no assunto afirmam que é culpa das modificações genéticas que o trigo sofreu ao longo dos anos. Logo após a segunda guerra mundial, começa um interesse por melhoramentos genéticos para aumentar a produtividade e combater a fome. Então o trigo passou a sofrer mudanças genéticas para se tornar mais produtivo, o que rendeu o Prêmio Nobel da Paz de 1970 para o agrônomo e geneticista Norman Borlaug.
Foi feito um cruzamento entre várias variedades de trigo, gerando plantas menos saudáveis, que podem ter causado este aumento expressivo de problemas gerados pelo glúten. Além disso, estas variedades de trigo de alta produtividade são mais susceptíveis a pragas e necessitam de uma dose maior de agrotóxicos e fertilizantes – menos saúde para os consumidores!
Mas afinal, o que é a intolerância ao glúten? A doença celíaca é uma intolerância permanente ao glúten que provoca inflamação crônica do intestino e afeta 1% da população mundial. O tratamento da doença celíaca é excluir para sempre alimentos que contém glúten, proteína presente no trigo, centeio, cevada, malte e aveia.
Estes alimentos são substituídos por outros cereais como o milho e o arroz, derivados da mandioca (tapioca) e os pseudocereais amaranto e quinoa, que além de serem livres de glúten, são muito mais nutritivos. No entanto, o número de pessoas que aderiram a uma dieta sem glúten é muito maior do que o número de celíacos. São pessoas que se sentem melhor sem esse componente na dieta, mesmo os exames dando negativo para doença celíaca.
Por muito tempo, estas pessoas permaneciam sem diagnóstico definido, mas aos poucos pesquisadores vêm descobrindo sobre a sensibilidade ao glúten, não celíaca. E possivelmente esta sensibilidade, que atinge um número bem maior de pessoas, pode ser causada por variedades de trigo modificadas geneticamente.
Colaboração de Carolina Arbache, nutricionista Natue
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